Mercado na Rede

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

COMÉRCIO VIRTUAL IMPULSIONA SETOR DE TRANSPORTE





Em um ano de forte crescimento econômico do país, o chamado e-commerce (comércio via internet) também registra alta considerável. A expectativa é que muita gente compre os presentes de Natal com apenas alguns cliques no mouse do computador.
De acordo com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, as vendas virtuais no Natal deste ano devem ter alta de 40% em relação ao ano passado. O presidente da entidade, que representa as empresas do setor, Manuel Matos, prevê ainda que o ano de 2010 termine com faturamento de R$ 15 bilhões. 

Os produtos mais procurados nas lojas virtuais são os de informática, eletrônicos, CDs e DVDs. Mas a grande movimentação não é apenas na web. Para que as mercadorias cheguem ao seu destino, é necessário todo um planejamento de logística no setor de transporte.

De olho no crescimento do mercado on-line, a DHL Express, uma das maiores transportadoras em atuação no país, decidiu investir pesado no setor. Criou em outubro passado a solução eletrônica DHL XML Services, própria para o e-commerce, que é um recurso web integrado que disponibiliza diversas informações da empresa, como tempo de trânsito, tarifa correspondente do transporte, agendamento de coletas e o rastreamento do produto em tempo real.

"Para atender no prazo as entregas de remessas adquiridas on-line, principalmente em épocas sazonais, como o Natal, a DHL Express concentra todos os recursos disponíveis: nenhum funcionário sai de férias e a empresa não realiza manutenções preventivas nos veículos durante este período", conta a diretora de marketing da empresa, Juliana Vasconcelos.

Mas essa não é a realidade para todo o setor. Se em meses sem datas comemorativas, as grandes cidades já sofrem com os gargalos na entrega de cargas, a expectativa não é das melhores para o próximo Natal, de acordo com o presidente da seção de transporte de cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti.

"O crescimento está muito rápido. Falta caminhão, mão-de-obra, insumos e há problemas com as rodovias, que muitas vezes não estão adequadas, assim como os portos, aeroportos, etc", afirma ele, que também é presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Mas, ainda segundo Benatti, uma característica do setor de transporte é o de sempre tentar resolver os problemas do cliente, e que por isso os gargalos podem ser, sim, amenizados.

Exigências

Os clientes que compram pela internet são exigentes e não admitem atrasos. Por isso ações para reforçar os trabalhos em épocas como o Natal se fazem tão necessárias. 

"A maioria das grandes lojas entregam de um dia pro outro. Quanto mais a gente puder surpreender o cliente, entregar com mais rapidez e atender a necessidade e ansiedade dele, é sempre um ponto positivo, além de ser um ponto a mais para fidelização do cliente", diz Rubens Branchini Martins, diretor da empresa Eletrônica Santana, que existe há 46 anos e, desde 2004 realiza vendas pela internet.

Segundo ele, a empresa deve faturar 80% a mais neste ano do que em 2009. E para não deixar nenhum cliente na mão, realiza contratos com diferentes transportadoras. "Hoje, 90% dos nossos pedidos são entregues pelos Correios. Mas nós já estamos em conversa com outras operadoras logísticas para termos opções, por preços, variações de endereços, etc", explica. "A gente sente falta de uma concorrência, pois há muitos problemas nos Correios, como limites de peso e de agendamentos", reclama.

Diferencial

A contratação das empresas de transporte é feita por contratos estabelecidos, normalmente, por volume de entregas e com várias transportadoras, para conseguir alcançar as mais diversas regiões do país.

De acordo com o gerente de e-commerce da Eletrônica Santana, Flávio Inácio, as operadoras que querem investir no ramo virtual devem ter foco específico na área. Para ele, a maioria delas, hoje, ainda não está preparada. "É um mercado diferenciado do mercado tradicional. É preciso ter agilidade na entrega, utilizar outras ferramentas e proporcionar a integração com a plataforma de e-commerce - que é o cliente poder fazer o tracking (o acompanhamento) do produto até a entrega", garante.


Fonte: Aerton Guimarães/Redação CNT 
Data: 08/11/2010

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